Outro ano, Senhor! Outro ano que me
emprestaste e eu te venho devolver, não sei se como esperavas fosse devolvido.
Não sei se administrei os bens que
puseste em minha guarda, não sei se dei ao tempo o valor do tempo...
Nesses tantos dias e noites deixei a
erva crescer com o trigo, deixei as aves bicarem os grãos...
Nesses tantos dias e noites, quanto
cofre arrombado, quanta colheita perdida...
Não pus trancas nas portas, nem acendi
luzes na casa...
E eu tinha um compromisso: administrar,
Senhor!
Nesses tantos dias e noites, quanta
coisa mínima me desviou, quanta coisa mínima me confundiu, quanta coisa mínima
me deitou sombra!...
E eu devia ser luz, eu devia refletir,
porque Tu me poliste, Tu me trabalhaste, a Tua graça batismal fez de mim superfície.
Mas quanta vez não continuei, quanta vez
interceptei, quanta vez eu fui fim, quanta vez, Senhor, eu dormi em serviço!...
Outro ano, Senhor, dá-me outro ano.
Dá-me revisar os meus atos, corrigir os meus erros...
Debruça sobre mim, vem ver-me encontrar-me
e, quando eu me encontrar, levantar à altura do meu rosto a Tua lâmpada,
aquecer-me nela, absorver-lhe os raios...
Um ano, Senhor, em que eu me dedique, em
que eu me transfira, em que eu me aliene...
Um ano em que Tu sejas centro e
periferia da minha vida, princípio e fim do meu caminho...
Um ano em que o meu próximo seja o
próximo que me ensinaste no Teu evangelho...
Um ano em que eu também seja novo!
Rev. Ephrain Santos de
Oliveira
Itajubá, 31/12/2013
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